Tantas vezes nas janelas abertas da Foz,Ao contemplar-te horas a fio mar,Me deixo embalar pela tua música pelo teu respirar,Mesmo quando a tua fúria é imensa,Constróis momentos de encanto e castelos de soberba
Sussurrei-te várias vezes no meu pensar,Que se fosses mulher desposar-te-ia
E andar contigo de mãos dadas pelos mundos das águas,Conhecer teu riso e teu chorar por oceanos de mistérios,Em ilhas e terras desconhecidas sentado nas pontas das ondas nuas
Partilharmos as vozes dos nossos egos sem incómodo de ninguém,Abrir as sensações místicas que nos une no mesmo ser,Que nos faz estar aqui e no fim de outro lado qualquer,Tu és eu, eu sou tu, os átomos que nos separem se quiserem
Deixo-te o meu sentir, fragrâncias dos meus desejos,Nos teus braços sem tempo mar, leva-o, não o percas!...Carlos Reis(Imagem: Autor Desconhecido)