Se te fores e me deixares aqui sentado nas escadas dos nossos encontros,Tão húmidas de lágrimas do orvalho da noite,Perdes-me e tudo está acabado entre nós
Perco a sensibilidade das mãos que te escrevem,Dos olhos que te adoram nesta foz,Apetece-me castigar-te com sopros de breve açoite!...A quem vou ler os poemas que escrevi no caminho?As canções que compus ontem em miséria mental?Aquém vou contar meu dia surreal e faminto?Na ânsia de tudo sair certo no namoro de hoje?...Se teu aspecto minguado é propositado e por despeito,Perco-te o respeito,E as Árias e Melodias endeusadas para ti no meu peito,Jamais as tocarei nos acordes do meu pensar menina Lua
Fica sabendo que conheço outras almas reconhecidas,Ansiadas por cortesias,De cantares, paixões e louvares meus;Vou deixar recado aos mares que esta notícia espalhem por aí,Que nos separámos e de ti me despedi!...Carlos Reis(Imagem: António do Vale)