Segunda-feira, 23 de Agosto de 2004
Cartas de Amor
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos
De
100chave a 8 de Setembro de 2004 às 20:07
...todas as coisas boas, de tão simples parecem rídículas; como este poema. Um clássico contemporâneo que adoro.
Fica bem,
De
In loko a 27 de Agosto de 2004 às 05:51
Maria, desta vez meus "caracóis" mentais não apanharam o sentido da tua mensagem então. Lamento perceber agora que mensagem é mais ruim... deixo-te um beijo especial para alentar o ânimo, tá?
De
amita a 26 de Agosto de 2004 às 09:47
As cartas de amor, qualquer tipo de amor, são maravilhosas, até um simples bilhetinho o é. Bjinhos amigo Até que enfim consegui entrar nos comentários do sapo! Tvz por ser de manhã ainda, quem sabe!...Bom dia para ti
Ridiculos são todos os que nunca as escreveram, os que nunca sentiram nem se entregaram a este nobre sentimento... Adoro este poema... É simplesmente belissimo!! Beijinhos amigo, e deixa-me que te diga, que estavas enganado... Não é o que pensavas, antes o fosse...
Todas as vezes em que leio este poema, entro uma incrível mas prazerosa contradição..ao mesmo tempo em que aplaudo pela magnitude da escrita e profundidade das palavras, discordo do teor.. coisas de quem vive em contante mutação.. ;) Beijo com carinho.
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