Terça-feira, 12 de Outubro de 2004
Odes!
Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade. Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado,
E o que falta não quero.
O que me é dado quero,
Depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado,
Ou que o tido desejo.
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Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim,mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer,
O que nunca poderei ser.
Ricardo Reis
Como sempre maravilhosos...beijo.
De
amita a 15 de Outubro de 2004 às 19:31
Belíssimo. E que o sonho seja eterno. Bjinhos
As tuas escolhas, revelam o teu bom gosto e sensibilidade! Muitos beijinhos
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