Sábado, 8 de Maio de 2004
Caramelos e um Bolo de Uvas Passas!

CARAMELOS E UM BOLO DE UVAS PASSAS - Syd Barrett/pink floydOh! Minha amiga, sentada ao solVai comprar caramelos e um bolo de uvas passasComo eu gosto de te ver Deitada por terra.Oh! Fala-me, fala-me docementePor favor, faz amor comigoPor favor, não tenhas medo.É um verdadeiro sol que brilhaÉs tu que eu vou amar esta noiteOs gelados sabem bem durante a tardeOs gelados sabem bem se os comeres depressa.Não me toques, miúdaPor favor, tu sabes como me pões loucoPor favor, tu sabes como me sinto a ceder.Não tentes com outro tipoNão vás mais longe, já o devias saberSou muito, muito, muito mau.
Sexta-feira, 7 de Maio de 2004
Principezinho

PRINCIPEZINHO - Enxerto de Principezinho/Antoine de Saint-ExupéryFoi então que apareceu a raposa.-Olá, bom dia! - disse a raposa.-Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.-Estou aqui -disse a voz - debaixo da macieira.-Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...-Sou uma raposa - disse a raposa.Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou tão triste...-Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não, estou presa...- Ah! Então desculpa! - disse o principezinho.Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar:- O que é que "estar preso" quer dizer?- Vê-se logo que não és de cá - disse a raposa. - De que é que tu andas à procura?- Ando à procura de amigos. O que é que "estar preso" quer dizer?- É uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.- Laços? - Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinnho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinho. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim, E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...- Sabes, há uma certa flor... tenho a impressão que estou preso a ela...- Tenho uma vida terrivelmente monótona- disse a raposa. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os teus passos hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. Mas os teus cabelos são da cor do ouro. então quando estiver presa a ti vai ser maravilhoso. Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti!...- Por favor, prende-me a ti. Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse raposa.- E o que é que é preciso fazer - disse principezinho.- É preciso ter muita paciência. Primeiro sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...E o principezinho voltou no dia seguinte.- Era melhor teres vindo à mesma hora. - Se vieres, por exemplo, às 4 horas, às 3 já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às 4 em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta; é o preço da felicidade! Se vieres a uma hora qualquer não saberei quando hei-de arranjar meu coração, pô-lo bonito... são precisos rituais. - O que é um ritual?- perguntou principezinho. - Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias a uma hora certa.- Adeus raposa... - Adeus - disse a raposa... mas antes vou contar-te um segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos... Foi o tempo que perdeste com a tua flor, a tua Rosa, que tornou a rosa tão importante para ti... os homens já se esqueceram desta verdade, mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua Rosa...- Sou responsável pela minha Rosa. - repetiu o principezinho para nunca mais se esquecer!
Terça-feira, 4 de Maio de 2004
Leveza do Ser!

LEVEZA DO SER - Carlos ReisAinda não sei bem o que me dá esta Leveza do Ser...Se o cântico das ondas ecoando nas rochas,Se o cheiro do mar que me envolve,E se infiltra no meu corpo, nos meus sentidos...Ou, se sou eu que perto do mar me dissolvo...Ou, se é tudo isto, sem disto ter consciência...
Palavras Sentidas!

PALAVRAS SENTIDAS - Cesário VerdeOu domina, a rezar, no pavimentoDa capela onde outrora se ouviu missa,A música dulcíssima do ventoE o sussurro do mar, que se espreguiça.Pudesse eu ser o mar e os meus desejosEram ir borrifar-lhe os pés, com beijos.