Sábado, 29 de Abril de 2006
Pensares
Por vezes busco não sei o quê,Sou um espaço que precisa de se encaixar,Guardo recordações que não são minhas,Penso-as e
parece-me recordar
De outros caminhos, vivências, toscos pensares,Sensações familiares umas vezes, outras, poeiras.Há nos céus buracos que preciso conhecer,Rios de sinais, mascarados, que preciso decifrar,(Chamadas) nos silêncios das noites claras,Que me tomam de sobressalto sem as autorizar,Na orlas dos meus olhares sem amarras.Sem direcção, sem porto
sou a embarcação!...Carlos Reis
Domingo, 23 de Abril de 2006
Menina Minha
A graça dos teus olhos,Está no cintilar colorido quando pertanejas,São estrelas vivas de candura fulminante,Raios de brilhos que suspendem,Os suspiros que lançamos ao ar,Quando nos olhamos!...Muito engraçada é a forma como me beijas,Tocas ao de leve meus lábios com os teus,Passas a língua pela minha boca e quase nem a sinto,Parece que provas essências de aromas desconhecidas,Saboreias antes de consumires o meu gostar de ti,E eu adoro isto!...És Um metro e Setenta de graça menina minha,Que muito gosto de abraçar, envolver-te por inteiro,Sentir o sangue a correr-te nas veias, na pele veludada,Pões minha alma, meu corpo em alvoroço com o teu perfume suave,Enroscado em ti, deixar-me ir pelo palpitar do teu coração,Encostadinho ao meu peito,Subo sem pressas os degraus das paixões que partilhamos!...Carlos Reis
Domingo, 9 de Abril de 2006
Vês-me?!
Segura-me na mão e deixa-me ler-te as linhas,Da minha alma!...Soberbo gosto o meu de olhar sem barreiras,Sou mutante...Sou montes, sou praias, sou planícies, sou desertos e montanhas,Sou o ar que rodopia sem portas,Horizontes sem margens, vou até onde o olhar me levar,Vejo o embalo dos átomos no respirar, nos silêncios,Me desprendo na solene embriaguez do vazio,De olhos abertos ou fechados,Vou sem destino quando parto, sentado...Sou uma entidade de olhar de rapina,Observa, cruza, rasga... sem regras, Quando no deleite dos sorrisos se empina,E nas Faces que se soltam em ondas de marés bravias!...Abençoado sou pela frescura que empresto à tua mão agora,Vês-me?!...Carlos Reis
Domingo, 2 de Abril de 2006
Faces
Olhos de amêndoa coloridos,Mel dos meus lábios ávidos,Dos efeitos hipnóticos por ti lançadosQue alcançam e manipulam os sentidos narcotizados.Feitiço este feito de requintes,Artes de atracção que minha alma se deixa enlevar,Por caminhos soltos do teu olhar encantado,Em miragens de água e brumas de rostos por inventar.Ondas de impulsões impele meus braços de te enlaçar,Diluis-te no ar em néctares, fragâncias, e não te consigo tocar...Só me ficam os cheiros das camélias para te recordar!Carlos Reis