Terça-feira, 27 de Novembro de 2007
Brindo

Hoje fui passear com os amigos e a Amizade, a velha e sempre nobre amiga Amizade, entidade multifacetada e reconfortante.Lá fomos em grupo à tardinha para os lados do mar. Estava fresco mas dia apresentava-se limpo e aprazível, e o Sol ao longe vermelhão e enorme parecia uma gigantesca laranja, estendi-lhe o braço e coube-me na mão.Enquanto a maltinha se divertia no paredão desafiando o mar, as ondas sempre prontas alinhavam na brincadeira, com seus abraços enormes chapinando e salpicando-os de água, era a risota geral e sonora!Eu fiquei mais atrás conversando com a Amizade!Falou-me do caminho dos Risos e Lágrimas, onde lado a lado, umas vezes se tocando, outras distanciados, andam sempre de mãos dadas
olham-se, entreolham-se, sem ódios nem ressentimentos, bem pelo contrário, trocam sistematicamente boas vibrações de afectos e carinhos e montes de ternura!... Os estados da alma só se alteram momentaneamente, mais nada!Falou-me também das partilhas dos sentires e emoções.. das trocas de ideias e conhecimentos, e como as pessoas se tornam mais francas, mais sabedoras, mais humildes, mais solidárias
da riqueza que advém dos laços criados pela verdadeira amizade
pelos sorrisos nos rostos feitos dos conselhos e ajudas dadas. Nas danças emocionais da estima aquando da necessidade dos colos e ombros nas alturas mais tristonhas!Contou-me segredos da sua imensidão, tal como no Amor a Amizade não tem barreiras nem fronteiras, onde houver Almas que se queiram bem o Universo é o seu berço!Assim, hoje brindo aos amigos e amizade, a todos!!! A vós também que estais desse lado, evidentemente!!!
Terça-feira, 20 de Novembro de 2007
Passeante

Sou um ser andante meio perdido meio encontrado,Calcorreio ruas e estradas deambulando ao acaso,A surdina da voz do vento é que me acompanha os passos,Pego boleia aqui e despeço-me acolá entre acenos e abraços,Deixando-me ir
as estrelas que me guiem
O instinto da aventura é que suporta meus impulsos,Não tenho bússolas nem orientações nem justificações,Encarno algo de respirações livres como as águias e falcões,Sem bilhete as cidades e montanhas acolhem-me indiferentes ou alegres,Pouco me importa, estar lá já me chega, é o meu propósito,Afinal não tinha encontro marcado
É navegar sem vela, pisar no escuro, o além não tem morada,Procurar o evidente ou absurdo para mim tanto faz,Impele-me é a busca de outras terras outros sentires,Outros caminhos, outras evidências, outros sinais de amores,Rumos ainda por descobrir em que a avidez do mesquinho se dilua,Clamores de prantos em horizontes de paixões das minhas marcas de passeante,Olhar para trás não
tal como as ondas a alma tem alvos sempre em frente!...Carlos Reis(Imagem Web)
Segunda-feira, 12 de Novembro de 2007
Nas Asas da Mente

Nas penumbras dos tectos de nuvens do Outono,Às vezes dá-me vontade de rasgar o céu,Espreitar para o outro lado sem perturbar,E olhar os seus mistérios e outros mundos,Sentado a um canto do meu imaginário solto,Contemplando a meninice das estrelas,Em brincadeiras de crianças
Levar-te comigo na magia que a mente dá,Em passeios sem pressas por Orion, Cassiopeia e Antares,Tal com as aves fazem quando nos mostram com seus olhos,As cascatas de água vistas de cima como cabelos longos de mulher,Ou os imensos rios serpenteando e deleitando-se nos corpos da terra,As cordilheiras das altas montanhas nos seus jogos emocionais,Acavalarem-se na disputa da força para atingirem mais altos lugares,Os anéis e carrosséis de nuvens ora frenéticas ora mansas,Bailando ao som dos sopros musicais dos ventos,E os lagos maravilhosos suspensos quase em nada, puros e cristalinos,Mais parecendo os olhos meigos de meninas virgens
Anda comigo menina de rosto lindo,Hoje vamos pelos túneis do tempo e espaço por aí,Namorar nos braços da Ursa Maior!...Carlos Reis(Imagem Web)
Segunda-feira, 5 de Novembro de 2007
Melodia do Gostar

Gosto de te despentear com as mãos e soltar teus cabelos ao vento,Parecem velas de barcos afoitas agarrando rumos incertos,Como quem procura portos seguros nos braços do namoro,Em pedido entreolhado e partilhado por ambos no gostar carpido
És a embarcação com que quero navegar sem hesitar,Onde deposito meus sentires e minha alma contente,Contigo ao leme vou para onde me levares,Mares e rumos sem fim, destinos que não ouso perguntar,Não me interessam os lugares desde que juntos respiremos os mesmos ares
Há nos teus olhos de mel bússolas de orientação, sinais crentes,Nos teus lábios jangadas de sorrisos livres na paixão alada,E nos teus braços asas destemidas no embalar silente dos sons da madrugada
E canto-te as canções que gritam cores de novas alvoradas,Acordes e solfejos que invento e pinto nossos olhos laços,E sorvo teus sopros de frescura delicada, vontades tão almejadas!... E nos teus ombros nus pouso meus beijos criando-te cascatas de arrepios!... Carlos Reis(Imagem: Web)