Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007
Toques de Alegria
A minha alegria busca sempre a água, o sol, e os espaços abertos
À noite o mar, o rio, a chuva que não me incomoda,Bem se pode exibir com seu vozeirão que até me agrada,O sol com seu rosto grande despe-me e faz-me andar nu de movimentos,Em andares soltos perdido por aí sem perceber o tempo,Os espaços abertos são o universo do canto do meu ser,Sem limites e sem barreiras sou ave sou cavalo que voa e corre sem parar
Desafio a tristeza e maus humores a seguirem-me pela areia,Se tiverem coragem para me acompanharem,Pelos rochedos escorregadios onde me baloiço e brinco com a gravidade,Olhando as ondas de sombras sombrias quase assustadoras,Não me intimidam... espreguiço-me no alto do rochedo sorrindo,Enchendo os pulmões do "mel" do cheiro do mar...De dia prefiro os desafios das serras, os montes, os vales... perfeito carrossel;Onde canto e assobio às pedras, árvores, pássaros em devaneios cantares de saudações, E leitos de rios teimosamente mansos
Bom é o gozo e alegria que tenho eu brincando nas margens dos riachos,Lindo é o gozo e alegria de olhar os verdes que me rodeiam, Enlaçar-me no silêncio onde o ruído da água são sinfonias de levitação,Sinto-me tão alto como as árvores mais altas que me saúdam.E o vermelho, e o amarelo, os azuis e verdes do sol,Desfazendo-se no leito na corrente transparente da água,Que mansamente corre... escorregando pelos meus olhos!...Carlos Reis(Imagem:Web)
Terça-feira, 11 de Dezembro de 2007
Em Sons
Gosto sim dos sons da noite quase calados que me contam baixinho as histórias do dia no embalo da musiquinha que vai tocando.Ou no dedilhar da viola quando me apetece, em versos sentidos de paixões e namoros conquistados e largados.Gosto da maneira que te penso, no espelho da mente, em reflexos descombinados, como olhares de lagos de águas calmas e límpidas que sorvem minha respiração descompassada.No suave deslizar das mãos em carícias pelos teus longos cabelos negros que mais parecem crinas de éguas revoltas em correrias pelos vales verdes
imensos que crio para ti!Invento melodias de palavras para dissertar aos teus olhos negros de carvão, pérolas de feitiço que me entontecem o espírito, sempre que me fitam nos raiares do dia coloridos que me banham o rosto que te sorri!...E do fresco do mar que teima em cantar para nós canções nunca escritas, onde os céus são livres e abertos para partilha em passeios sem tempo.Gosto sim dos sons dos dedos de pianistas que desenho sempre e quando te penso
nesta sala enorme do meu peito
onde nos encontramos
onde nos desejamos
Mas é na troca de olhares com o Sol ao fim da tarde que percebo que só Solto me sinto bem
gostava de me prender a ti pequena mas é melhor não
nossas almas, nossos sentidos, remam em rumos contrários!!!.... Carlos Reis(Imagem Web)
Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007
Sentires Do Meu Rio
Estás-me na alma e no sentir rio,Embriagas o meu sangue quando te percorro,Nas idas de canoa por ti acima,Em valentes remadas por que tens essa mania de me empurrar.Mas depressa te apanho a suavidade do corpo,E sorrio pelo gosto de te contrariar,Pelo prazer de te cheirar,E vou-me por ti na frescura inebriante que soltas.Sei de cor as tuas margens em cascatas,Os verdes e azuis dos musgos das tuas pedras,Os areais onde te espreguiças, ora calmo ora ruidoso,Que olho sempre com o mesmo gostar como da primeira vez!E canto bem alto ao vento que me despenteia,Com o som do gravador no máximo espalhando sons e aplausos,À liberdade que me dás e me brindas,Nas carícias húmidas e frescas com que brincas no meu rosto
Rio-me e grito e aceno aos companheiros do lado,Na boa demanda conquistando palmo a palmo as tuas águas,Remada em remada teu corpo de cobra sinuoso.És uma paixão que tenho bem dentro de mim Douro,Que perpetuo quando te navego e confesso o meu namoro;Sempre que te toco,Quando te olho,Quando afastado estou, te lembro,E sinto-te no respirar de olhos fechados!...Carlos Reis(Imagem:Web)