Nos olhares desfeitos ao longe nos dorsos das coresBebo pelas mãos das ramagens vivificantes do ar o elixir frescoVinho primaveril que oxigena algumas misérias do meu jardim mentalMitigando-as com as sementes que solta nos sentires da água rejuvenescenteQue cai abrupta e sóbria na cortina do momento tão suave
tão rebelde como euFecunda a terra como fecundo o meu pensar dado a voos sem pararE no cio da terra ávida de afectos e conquistas de contos dados pelas veias das palavrasInstigo os fluidos da criação a embalarem-se pelos halos e elos nas raízes que florescem No instinto fértil que escavam verdades do além nas covas dos tempos há muito procuradas
Os mitos dos mares sempre ciosos dos seus segredos falam de encontros escondidosManuseando a água pelos veios incrustados de sopros desterrados e sofridosCaminhos estes cinzelados em sublimação no ventre da vidaEis a comédia dos elementos pulsantes que tudo juntam em bocados animadosIndo encontrar-se à mesa esotérica dos cantos das Sereias e Mulheres surreaisOnde a lua majestade distinta todos os fôlegos das partículas combina e orientaOs passos que dou na respiração desprendida que de átomos células se tornamNos jogos dos sentidos estendidos para além de mim na inventiva da mente
Fluxos de matéria livre sulcam oceanos fantasmagóricos nos espaços abertos sem fimE no vácuo o meu espírito imunizado despressuriza-se no corpo etéreo do tempoNa busca incessante de sentir a carne invisível que me criou e alimentaObsessão plural das entranhas buscando o sentido dos sentidos que me moldamNesta odisseia maravilhosa do estar aqui na candura dos sorrisos ancestrais Fulgor das batidas no âmago do Universo
da Terra que iniciou a minha jornada!...Sempre que por aqui passar acenar-vos-ei com mantos de pétalas dos brilhos das estrelas
Em forma de
Lágrimas,Suores, Beijos, Olhares e sorrisos
Tesouros meus, soltos, para sempre relembrar! Carlos Reis(Imagem:Web)