Sábado, 5 de Fevereiro de 2005
Doce Alucinação
Sei de um sítio onde as flores nunca murcham,
é um canteiro semi-escondido em plumas verdes,
num rochedo da praia do Sol azul,
onde o som do mar faz eco de murmúrios que desconheço.
E que me acena sempre que lá passo com perfumes,
deixando-me sorridente, hipnoticamente sorridente...
Quando me liberto da sua teia enebriante,
lá sigo meu caminho cantando às estrelas.
Nunca me atrevi a descer à praia,
e subir o rochedo quando as flores bailavam;
Algo em mim me alertava da embriaguez da beleza do lugar,
e temia se o fizesse, de lá não voltar.
Contaram-me, que as vozes da noite contam:
"Que são tantos os sorrisos meigos e olhares felizes que,
de mui belo que é, fascinados já não voltam"...
Um dia cheio de coragem, pelo álcool da paródia da noite,
desci à praia e subi o rochedo,
e só encontrei um ninho de ave vazio,
estranhamente decorado com rosas e crisântemos verdes,
e seixos bem montados, quais antas propositadamente arranjados.
Deliciado com o cenário, sentei-me...
Acendi cigarro e por lá fiquei,
a ouvir as vozes do mar e os acenos das estrelas.
Carlos Reis
De
tanya a 8 de Fevereiro de 2005 às 22:03
gostei muito do que escreves-te... Beijinhos
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