Quando me zango com os ruídos e pó da cidade,Os passos levam-me para perto da água e espaços abertos,Os areais das praias são de eleição à noite;As estrelas, o horizonte largo, o mar cantor, são melodias para mim.Os rios e riachos das serras são o paraíso de dia,Verdes, azuis, amarelos, vermelhos, tintas para pintar o meu descanso,E matuto nas coisas dos dias das cidades... bolorentas e repetitivas,Sorrio pois, olhando as raposas, as aves, a água correndo,Sinfonias belas e leves, de um encanto tal, que me desprendo da terra.Estendido na erva, ou andando de pés nus pelos riachos,Moldo e cinzelo outros quereres, outros anseios, que minha alma pede...Voo com os pássaros, e eles adoram-me ver por ali,Corro como as raposas rodeando e em cima das pedras,Argutos animais...Digo olá às aranhas, formigas e lebres, que se calharAté histórias lhes conto!...E vejo-me rodeado de folhas verdes de livros de contos.São horas de gozo absoluto, onde o veneno citadino é diluído;Nos risos estridentes, nos brilhos dos olhos satisfeitos,Nas correrias desenfreadas... pés descalços e molhados e cansados de alegria! Carlos Reis
De
Mocho a 18 de Dezembro de 2005 às 02:02
UAU, Carlos, na minha opinião, este é um dos teus poemas mais bonitos e bem conseguidos (com grande consideração pelos outros, pois claro). É que eu gosto de temas relacionados de alguma forma com a natureza, em que eu consiga ouvir a melodia de um pássaro, o uivo de uma raposa, a música de um riacho, as cores de um bosque...consegui ouvir tudo isto ao "ler-te". (Desculpa a ausência, estive fora esta semana).
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