Há cavernas escuras e sombrias de luminosidades assustadoras,Onde fios de luz percorrendo estreitos filamentos,Se cruzam e entrelaçam como ribeiros em novelos
Há os pensamentos desconexos e sábios que se agarram,Unhas espetadas nas paredes da mente,Por onde escorregam, desmaiadas decifrações, levadas pelo saber crente
Há os olhares abstractos, escondidas fundições, carregando ideias,Onde as estruturas de nichos são os mais belos laboratórios do génio,Que programam a diferença nas correntes mais sabedoras das veias
Há os poços sem fundo, em constantes aflições, espalhando palpitações,Que em correrias sôfregas pelos veios da montanha viva,Em graça aqui, desgraça acolá, constroem as baías dos segredos das emoções
Há bibliotecas de genes em longas escadarias de sapiência,De abraços repetidos,Beijos irmanados,Sorrisos espelhados,Desenhos de gostares em montras nuas,Nas naus de todos os nossos oceanos!...Carlos Reis(Imagem:Emma Brock)