CANTOS (seguimento)Quando, à brisa outoniça, como um manto,Os teus cabelos de âmbar, desmanchados,Se prendiam nas folhas dum acanto,Ou nos bicos agrestes dos silvados.E eu ia desprendê-los, como um pagemQue a cauda solevasse aos teus vestidos,e ouvia murmurar à doce aragemUns delírios de amor, entristecidos;Quando eu via, invejoso, mas sem queixas,Pousarem borboletas doudejantesNas tuas formosíssimas madeixas,Daquela cor das messes lourejantes,E no pomar, nós dois, ombro com ombro,Caminhávamos sós e de mãos dadas,Beijando os nossos rostos sem assombro,E colorindo as faces desbotadas;Quando, Helena, bebíamos, curvados,As águas nos ribeiros remansosos ,E, nas sombras, olhando os céus amadosContávamos os astros luminosos.Quando, uma noite, em êxtases caímosAo sentir o chorar dalgumas fontes,E os cânticos das rãs que sobre os limosQuebravam a solidão dos altos montes. (continua)Cesário verde
De
In loko a 21 de Junho de 2004 às 05:00
Obrigado Maria pelas tuas palavras. E, olha, leva-me para onde quiseres, também gosto muito de estar contigo, sabes?! Beijinho
De
Maria a 20 de Junho de 2004 às 12:12
Querido amigo, já te disse, que aqui, no teu canto, sinto-me em casa? Mais uma escolha magnifica, gosto imenso do Cesario... Muito mesmo! Um dia destes, levo-te para o meu canto!! :) Beijinhos e desejo de um dia muito feliz!!
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